quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

O CELULAR É SEU AMIGO?



Os celulares nos aproximam dos que estão mais longe,
mas também podem nos afastar dos que estão mais perto.

Você já reparou nas pessoas a sua volta?

Percebeu que muitas estão conectadas aos celulares?

Parece que não podemos mais viver sem eles.

Empresas, governos e famílias dependem dos celulares.

Só que... ao mesmo tempo eles estão se transformando em um dos principais obstáculos para a comunicação interpessoal.

No restaurante Eva, em Los Angeles, os clientes ganham um desconto de 5% se não usarem o celular durante a refeição.

A participação é voluntária, mas, segundo uma reportagem do "Huffington Post", quatro em cada dez clientes aceitam a oferta.

O celular, as vezes pode ser uma má companhia.

Foi a conclusão de um estudo feito pela Universidade de Essex,
na Inglaterra, que se perguntou em que grau a simples presença de telefones celulares afeta as conversas cara a cara.

Em um dos experimentos, dividiram um grupo de 74 participantes em duplas.
A metade das duplas conversou sem um celular à vista e a outra metade, com um celular em uma mesinha lateral.

Pediram a todos que conversassem durante dez minutos sobre um fato interessante que tivesse acontecido com eles no mês anterior.

Os resultados foram interessantes.

As duplas que se conheceram sem a presença de um celular relataram maior proximidade e uma melhor qualidade de relação que aquelas que conversaram com um celular à vista.

O segundo experimento confirmou que as pessoas têm mais confiança e compartilham mais coisas pessoais quando não há um celular por perto.

Essa é a conclusão do estudo feito por Andrew K. Przybylski e Netta Weinstein, publicado no "The Journal of Social and Personal Relationships":
"A evidência dos dois experimentos indica que a simples presença de telefones celulares inibe o desenvolvimento da proximidade e confiança interpessoais, e reduz os níveis de empatia e compreensão das duplas".

Isto é, a simples presença de um celular é um obstáculo para a boa comunicação entre duas pessoas. 

E se a isso acrescentarmos toda a carga informativa e o valor afetivo incluídos em nossos celulares - fotos, telefones, segredos, dados confidenciais, senhas, é claro que é muito difícil nos comunicarmos com alguém em pessoa sem também dar atenção ao pequeno aparelho.

Portanto, é absurdo sugerir que não usemos o celular.

Mas é possível definir novos limites.

Eu já estou fazendo as minhas próprias regras.

E acredito que um dos maiores desafios deste século,
no que diz respeito as relações interpessoais,
é conversar sem celulares.